O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) encerrou nesta quinta-feira (21) a Operação de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais de 2024 (Operação Quati João). Na última reunião virtual, que contou com integrantes da Corporação e de outras instituições, foram apresentados os números de ocorrências e os destaques operacionais. Também foi demonstrado como os aspectos meteorológicos se confirmaram na prática no que se refere aos incêndios florestais no estado.
“Tivemos um ano atípico, com o dobro de ocorrências em relação ao ano passado, até agora; quase o triplo, em comparação com dois anos atrás. Nos últimos cinco anos, este foi o com maior número de ocorrências atendidas. Foi uma operação bastante intensa, que exigiu muito dos nossos bombeiros”, afirmou o coronel Antonio Geraldo Hiller Lino, subcomandante-geral do CBMPR e que responde interinamente pelo comando da corporação.
De acordo com os números apresentados pela instituição, apenas do período da operação, entre maio e outubro, 7.976 incêndios foram atendidos em território paranaense. A maior parte se concentrou na área do 2º Comando Regional Bombeiro Militar (2º CRBM), com sede em Londrina, que abrange especialmente o Norte do estado. Foram 3.389 ocorrências nos seus 188 municípios.
O 1º CRBM, que inclui a Grande Curitiba, os Campos Gerais e o Litoral, respondeu a 2.676 chamados dessa natureza, enquanto o 3º CRBM, cuja sede é em Cascavel, e que abarca o Oeste e o Sudoeste, foi mobilizado 1.911 vezes.
No total acumulado do ano, até o dia 18 de novembro, o Paraná registrou 13.247 chamados para combater incêndios florestais. Como comparação, no ano passado inteiro, haviam sido 6.483; e, no anterior, 4.659.
Durante o encontro virtual, foi destacada a utilização, pela primeira vez, de aviões para o combate a incêndios de maiores proporções e em locais de difícil acesso. Essas aeronaves foram alugadas em parceria com a Defesa Civil. Ainda em campo, o Corpo de Bombeiros contou durante o ano com o apoio do Instituto Água e Terra (IAT), inclusive no combate ao fogo em áreas de preservação permanente, como em Ponta Grossa, Maria Helena, Piraquara, Umuarama e Cianorte.
A aproximação com as prefeituras foi outro ponto destacado pelo coronel. A ideia é estreitar as relações, facilitando o trabalho conjunto e a comunicação mais imediata de ocorrências de incêndios florestais. Tratar com o maior rigor a legislação ambiental é outra preocupação, projetando reflexos na prevenção de incêndios. “Nós temos que trabalhar juntos, irmanados com quem tem preocupação com o meio ambiente, com os bens públicos e privados”, disse o coronel.
Outros parceiros frequentes nas reuniões, e no planejamento das ações, especialmente de prevenção, também foram lembrados, como a Universidade Federal do Paraná (UFPR); a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE); a Federação Paranaense de Montanhismo (Fepam); e Rede Nacional de Brigadas Voluntárias (RNBV). Além do Simepar, que durante todo o período alimentou a operação com dados referentes a condições climáticas.
Essas previsões meteorológicas foram importantes para preparar os movimentos nos quartéis nas semanas seguintes, mobilizando recursos nos momentos em que havia maior chance de temperaturas muito elevadas e tempo seco. O mapa de focos de calor identificados pelo Simepar, referente a todo o período, refletiu perfeitamente os locais com maior incidência de incêndios florestais que exigiram intervenção dos bombeiros.
“Tivemos incêndios de grandes proporções, mas graças ao foco que o comando do Corpo de Bombeiros tem dado nas questões operacionais, procurando articular melhor todos os recursos dentro da própria Corporação, para um emprego mais aprimorado, nós fomos bem-sucedidos”, disse o subcomandante do CBMPR. Ele destacou ainda que a rápida mobilização de pessoal, com colaboração direta da Força-Tarefa de Resposta a Desastres, teve grande impacto no resultado positivo alcançado pela corporação nessas missões.
“Para o próximo ano, o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná se aperfeiçoou muito mais. E toda essa experiência vai agregando conhecimento para que cada vez a gente consiga prestar o melhor atendimento à população”, acrescentou.
PRESENÇAS – Também participaram da reunião virtual Marco Jusevicius, coordenador de Operação do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar); Clarissa Carmona, da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE); Yury Vashchenko, da gerência de Áreas Protegidas do Instituto Água e Terra (IAT); Letícia Koproski, médica veterinária e integrante da gerência de Biodiversidade, do IAT; Alexandre Tetto, professor e engenheiro florestal da Universidade Federal do Paraná (UFPR); e Rafael Gava, coordenador da Brigada Caratuva e presidente da Rede Nacional de Brigadas Voluntárias (RNBV).
AEN